27 de jul. de 2008

Mildred e Inês


Mil


Enfermeiras, geralmente, estão ao lado de médicos.
Às vezes, ca-sam-se... às vezes, cau-sam-se com eles.

As melhores são, por natureza, lindamente infantis, temem bicho papão e as feridas de toda sorte, principalmente de amor.
São essas
que conhecem os remédios para a dor e costuram músculos cardíacos nas emergências.

Mas o que têm a ver caso, casamento, quotidiano, natureza, temor e eficácia das enfermeiras com a complexa individualidade de uma delas?


Inês


A que conheço não é de Castro e não morreu por amar D. Pedro.
A que conheço não é Pereira e não faz rir numa farsa de Gil Vicente.
A que conheço já enfiou faca de cozinha em coração: não conseguiu lidar com a perda e preferiu distribuir a morte.
A que conheço é um paradoxo antroponímico: seu sobrenome começa por Free (Freeman).


Mas o que tem a ver a doentia individualidade de uma Inês com a complexa e tragicômica vida de todas elas?


2 comentários:

Anônimo disse...

Algumas enfermeiras costuram o coração dos outros, mas não sabem nem como fazer um curativo no próprio coração dilacerado.

Anônimo disse...

Às vezes, ca-sam-se... às vezes, cau-sam-se com eles.

Genial!
É muito difícil escrever algo assim! =)