29 de jul. de 2008

Joel


Eleva ao cubo inteligência, generosidade, alegria tatuiense e elegância.

O respeito geometricamente religioso pela sexta-feira multiplica sua graça.

Mas o que encanta é o duplo mistério da ciência:

1) A Genética foi generosa com os Lima.
2) E a Matemática nunca teve tão bonitos olhos de mar.

28 de jul. de 2008

Iara


Iara, com I, de brasileira.
Quem a vê caminhando ao lado do Cidão não reconhece.
Pensa que é pequenina e frágil [não sabe... é sereia...].

Mora num rio em centro de metrópole.
E canta applets agéis que encantam as gentes.
Prefere e profere ligações covalentes, para compartilhar pares de elétrons, agilidade e inteligência.
A beleza e o sorriso não são compartilháveis! São dela! E fascinam!
Com ela, a física é (não faz) sentido e as águas são deuses que vivificam.
É sereia, com i, de brasileira.

27 de jul. de 2008

Mildred e Inês


Mil


Enfermeiras, geralmente, estão ao lado de médicos.
Às vezes, ca-sam-se... às vezes, cau-sam-se com eles.

As melhores são, por natureza, lindamente infantis, temem bicho papão e as feridas de toda sorte, principalmente de amor.
São essas
que conhecem os remédios para a dor e costuram músculos cardíacos nas emergências.

Mas o que têm a ver caso, casamento, quotidiano, natureza, temor e eficácia das enfermeiras com a complexa individualidade de uma delas?


Inês


A que conheço não é de Castro e não morreu por amar D. Pedro.
A que conheço não é Pereira e não faz rir numa farsa de Gil Vicente.
A que conheço já enfiou faca de cozinha em coração: não conseguiu lidar com a perda e preferiu distribuir a morte.
A que conheço é um paradoxo antroponímico: seu sobrenome começa por Free (Freeman).


Mas o que tem a ver a doentia individualidade de uma Inês com a complexa e tragicômica vida de todas elas?


19 de jul. de 2008

Marta


Psiu!
Não espalhe o segredo arquitetônico do


(As americanas sequóias são a colossalidade!
Os gravatás dão alegre brasilidade à delicadeza e à cor. E o verde-azul dos lindos olhos veio da Hungria).

colossal alicerce húngaro-brasileiro de delicadeza, amor e cor!

Kilza Setti


Caiçaras, guaranis, gentes...

Composições, tempos e contratempos, melodia-poesia.
Sons, imagens, história.
Não há vida suficientemente grande para conhecê-la (enciclopédias tentaram resumi-la, mas não conseguiram).
Só se leva um segundo para amá-la!

Paulo


A Biologia só faz sentido se mesclada com o hebraico, o inglês, o chinês, o português e o sábio sânscrito de um nissei.

Só associações assim lavram os campos da inteligência e da sensibilidade e produzem árvores altíssimas de frutos álacres, acres e apaixonantes como este:

“Não me sinto velho, talvez cheio de tudo e cheio do nada.”

(Paulo Kyioshi)

Joaci


Um Andrade-que-não-é-Mário diz: Joaci, lugar permanente no coração, aqui!

É carinhosa a fala do Andrade-não-Mário.

Talvez dê uma dimensão inexata do respeito que um não-Mário sente pela grandeza de um Joaci.

Se é inexata a dimensão semântica do respeito, não é inexata a dimensão sonora: “ão” (caro som para o Andrade, Mário de) e “is”.

Os “is” abraçam o som do Mário: Joaci-coração-aqui.


E, no som, juntam-se as grandezas de espírito: Joaci-Mário-aqui
.

Lilian


É Lisboa de terremotos e impressionantes reerguimentos.

É Miranda e Maranhão de tesouros e ferozes batalhas: a língua do Diabo caiu ali e foi combatida por Vieira, o melhor língua de Deus.

É História: um coração não a conhece impunemente!

16 de jul. de 2008

Questão social de (i)lógica



O espelho mostra um vão pulsando no meio do peito.
É o encaixe perfeito de tua silhueta.
Tua silhueta não há.
Logo, só tua presença pode preenchê-lo.


Questão (de palavra) Social II


A reprodução deste trecho de Romanceiro da Inconfidência dá continuidade à reflexão (imprópria, lacunar e simplista) do post anterior:

Ai palavras, ai palavras,
que estranha potência, a vossa!
(...)
Todo o sentido da vida
principia à vossa porta;
o mel do amor cristaliza
seu perfume em vossa rosa;
sois o sonho e sois audácia,
calúnia, fúria, derrota…
A liberdade das almas,
ai! com letras se elabora…
E dos venenos humanos
sois a mais fina retorta:
frágil como o vidro
e mais que o são poderosa!
Reis, impérios, povos, tempos,

pelo vosso impulso rodam…

(Cecília Meireles)

Questão Social I


Distribuição de:

  • renda, educação, saúde, trabalho, moradia
  • perfumes, hidratantes e cremes para pele
  • bombas atômicas, tanques, metralhadoras, flores
  • direito, dever, responsabilidade
  • sexo, libido, sensualidade
  • aviões, helicópteros, metrô
  • amor, ternura, amizade
  • prozac, lexotan
  • tango, xaxado, samba, valsa...
  • beleza, elegância, requinte (culturalmente relativos)
  • poder, tecnologia
  • Deuses, Diabos... Sofrimento, Tempo...
  • avon, lancôme, prada, daslu, daspu
  • bom senso, caráter, ética
  • ouros, diamantes, euros
  • História, Engenharia, Sociologia, Biologia, Medicina, Antropologia, Física, Letras, Astronomia...
  • vinho, cachaça, champanhe
  • ódio, ganância, ambição
  • música, literatura, pintura, escultura, dança, cinema
  • bicicletas, abacateiros, bananeiras, coqueiros...
  • praias, campos, montanhas, rios, lagos, cidades
  • religião, compaixão, generosidade, humildade, autocrítica...
  • Sonho, Desejo, Liberdade...

Em resumo, para o bem ou para o mal, é isso.

A enumeração, entretanto, é lacunar e não dá conta das complexas tessitura e textura da questão social.

Por isso: atenção nas impropriedades associativas, nas reticências, nas maiúsculas e na reprodução, no próximo post, de trecho de Romanceiro da Inconfidência.

15 de jul. de 2008

Life, passion, earth (nas 6 combinações (im)possíveis)


Ouvi certa feita: "tudo já foi dito, mas tem de ser redito."

Eu diria:
Tá, tudo já foi dito (maybe).
Mas algumas coisas devem ser reeditadas...
Para evitar plágios e
paráfrases mal feitas.
I speak portuguese, then:


Quem já passou por essa vida e não viveu
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu
Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não

(Vinícios e Toquinho; mais aquele do que este)

E quem quiser que cante e traduza
nas semióticas (im)possíveis.

13 de jul. de 2008

Gustavo


Quando vai a Pernambuco traz guloseimas e promove lanchinho da tarde: água na boca, hummm!
Tudo feito com farinha passada na urupema! hummm!
Mas o dia e o horário: oh, meu santo Antônio!
As guloseimas ficam e a água na boca também.

Também compõe a confraria pernambucana, mas a ala carioca.
Sai no bloco do documentário, mas não se sabe se gosta de Eduardo Coutinho, embora fale sempre nele.
Alías, não saber é praxe: o ar blasé, blasé, blasé deixa todos assim: ah...?
E ele assim: já éahnnn.

12 de jul. de 2008

Sandra, mucamona, Mathias


Engana-se quem pensa que mucama é gente lá das longínquas senzalas.
A nossa {sim, porque é do coração de muitos} vive numa casa grande, incomoda-se com as injutiças do mundo e tem livros publicados.

Quem deu o nome não considerou nem um tico da sua grandeza.
Pensou diminuir: "Sua mucama!"

Ela não se incomodou, não: "Mucama, não! Mu-ca-mo-na! Tenho porte, estatura, moral e ética. E já organizei meu quilombo!"

E ficou: Mu-ca-mo-na!
Nos momentos de carinho, pode ser também mucaminha, mucamita, mucanova...

Mas assina seus livros, suas notícias e reportagens como Sandra R. Mathias.

Marcos Horácio


Inventou a oposição mais relativa da atualidade: meninos diabos x meninos.


Marcos Horário marcosoraceia.
Quem sabe gosta.
Quem não sabe ou se descabela ou se despenteia.

Um dia, no longínquodistantealém, Marcos Horácio vai parar para marcosoracear (porque é parado que se marcosoraceia); quando lembrar de voltar não haverá mais caminho.

Aí, todos vamos dizer: Marcos Horácio marcosoraceou com deus e não voltou.

11 de jul. de 2008

Mário


Nasceu estrela.
Luz, foi iluminar na academia: a aula aconteceu embaixo da árvore.
Sócrates!
Hoje, o banquete sai da esteira e vai para a rede, amarrada num abacateiro e num eucalipto.


10 de jul. de 2008

Anas


Compõem a confraria mineiro-pernambucana.

Uma fada, outra fama.
São muitas, embora duas.



8 de jul. de 2008

Helenas


Coragem de enfrentar a vida.

Vontade de viver o desejo.
Desejo de viver o sonho.
Sonho do amanhã: solidão do conhecimento e amor vivaz.

Há Helenas que explodiriram, se não pudessem viver intensamente.
Não são amantes submissas dos Páris e pivôs das guerras de Tróias.
S
ão comologias, são cosmogonias: tiram os homens da letargia, apertam suas mãos no leito de morte e os impulsionam para valsar o amanhã.

E que os deuses tenham piedade de si mesmos: as verdadeiras deusas são Helenas!

Evoé, Helenas!

Amor


Um amor incomoda muita gente.
Dois incomoda incomoda muito mais.
Chove lá fora e o o tempo não está para amores. Talvez conexões.

Bom, mas eu queria um... Bem grande e bem inefável.
E que fosse mortal, ainda que despertasse a chama do infinito.
E finito, porque não há permanência possível para sóis eternos.
Todos hão de consumir o seu próprio hélio.

Amizade


Tenho amigos, como a maioria das pessoas, mas não tenho certeza do que é a amizade.
As definições simplistas me incomodam.
Lembrar a data do aniversário, dar os parabéns, alegrar-se nas horas boas, apoiar nas horas difíceis... Tá, pode ser... Mas...
Às vezes, as amizades parecem-me conexões improvavelmente impossíveis.
Como a gênese {as libélulas, os rinocerontes, os líquens, os saguis, as baratas} e o sorriso.

Terço primeiro



Terço introdutório


Matutei: escrever sobre o quê?
As palavras e as sintaxes são infinitas.
Não quero escrever sobre o infinito, nem sobre a poesia possível.
Quero rezar um terço, para fazer um quarto e ir para os quintos [no plural, porque são muitos e nem sempre dos infernos (também no plural, porque são muitos e nem sempre ardem)].
Então, vou escrever sobre tudo o que me der no terço.
E sobretudo: não interessa saber!